08 jan 2020

Aquecimento Global

Aquecimento Global: O que é, Causas e Consequências

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Há anos ouvimos falar sobre o aquecimento global nos noticiários, publicações sobre meio ambiente e também em relatórios de clima e tempo.

O termo diz respeito ao aumento médio da temperatura do planeta, que segue se intensificando desde a Revolução Industrial.

Em 2018, por exemplo, a Nasa (Agência Espacial dos Estados Unidos) identificou que a temperatura média do planeta foi a quarta mais alta em 140 anos.

Já cientistas americanos divulgaram que nunca esteve tão quente nos últimos 120 mil anos como agora.

As notícias atuais são alarmantes, mas o problema não é novo – e vem sendo estudado há bastante tempo.

O aquecimento global é complexo e impacta governos, empresas, e a sociedade como um todo.

Durante as últimas décadas, muito se foi discutido sobre quais são as possíveis consequências do aquecimento global por conta do aumento de emissões de gases causadores do efeito estufa, e como a elevação da temperatura média do planeta é uma ameaça para o futuro da humanidade.

Passamos tanto tempo discutindo quais seriam as consequências que, hoje, o aquecimento global já é um problema do presente e que pode apresentar impactos graves.

De fato, é preciso uma mudança de paradigma para encarar a crise climática como uma realidade. E, a partir disso, pensar em soluções para que o planeta siga se desenvolvendo sem comprometer a vida dos que aqui habitam.

Continue lendo este artigo para saber mais sobre o aquecimento global, todas as suas causas, consequências, além de conhecer as iniciativas que já existem para combater seus efeitos.

Se preferir, navegue pelos tópicos abaixo:

  • O que é o aquecimento global?
  • Causas do aquecimento global
  • O que é o efeito estufa?
  • Como acontece o efeito estufa?
  • Como podemos evitar o efeito estufa?
  • Como o desmatamento pode intensificar o aquecimento global?
  • Consequências do aquecimento global
  • O que é o Regime Pós-Paris?
  • Os céticos do clima
  • Quais são os negócios de baixo carbono?

Boa leitura!

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O fenômeno do aquecimento global não é algo que os cientistas só foram reparar há alguns anos

O que é o aquecimento global?

O aquecimento global é um fenômeno que vem sendo registrado pelo mundo todo durante as últimas décadas.

Ele se refere a um aumento progressivo das temperaturas médias de oceanos e da atmosfera terrestre, que causa consequências na flora e na fauna, além de impactar setores críticos como o agronegócio.

Esse aquecimento é provocado pelo efeito estufa, fenômeno descrito pela primeira vez em 1859, pelo cientista irlandês John Tyndall.

Ainda que o efeito estufa seja natural, ele é intensificado pelo aumento das emissões antrópicas de GEE (gases do efeito estufa) decorrentes de intervenções humanas.

As medições históricas das emissões de GEE são medidas desde a Revolução Industrial, período do século XVIII onde a industrialização se acelerou capitaneada pelas primeiras fábricas na Inglaterra.

O processo se intensificou muito no período pós-industrialização, já que a queima de combustíveis fósseis aumentou e, com a nova facilidade em produzir, cresceu também a população mundial – e, consequentemente, o consumo e a produção.

Assim, chegamos ao cenário atual em que vivemos: um planeta com quase 8 bilhões de habitantes, que seguem explorando no mesmo ritmo – ou até mais rápido – do que quando havia apenas alguns milhões de pessoas morando na Terra.

Causas do aquecimento global

São muitas as causas do aquecimento global, mas a maioria delas aponta para o mesmo fator.

De forma resumida, ele é provocado pelas intervenções do homem na natureza para a exploração de seus recursos.

A principal relação é com a intensificação do efeito estufa, que muda o clima do planeta.

Esse fenômeno natural é intensificado pelo aumento de emissões antrópicas dos gases de efeito estufa.

A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento são as principais fontes desses gases para a atmosfera.

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O efeito estufa é um fenômeno natural que precisa ocorrer, mas não nos níveis observados

O que é o efeito estufa?

A crise climática na qual a humanidade se encontra tem origem no agravamento do efeito estufa.

Este é um fenômeno natural pelo qual o planeta retém o calor emitido pelo sol, garantindo que a atmosfera mantenha uma temperatura adequada para a existência de vida na Terra.

Sem o efeito estufa, o nosso planeta teria temperaturas extremamente baixas, prejudicando a sobrevivência da maioria dos seres vivos.

Especialistas estimam que as temperaturas na superfície terrestre girariam em torno dos 18ºC negativos.

Para comparação, a média atual, considerando os pontos mais frios e os mais quentes, é de 14,78°C.

Assim, entendemos que o efeito estufa é essencial para a humanidade.

Ainda que seja um processo natural e necessário, ele se intensificou muito nas últimas décadas, fazendo com que chegássemos ao século XXI com as maiores temperaturas médias que se tem registro.

O aumento das emissões de gases causadores do efeito estufa, sobretudo no período pós-Revolução Industrial, tem trazido consequências preocupantes para o clima do mundo todo.

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A liberação exagerada de CO2 é só uma das partes preocupantes neste assunto

Como acontece o efeito estufa?

Tudo começa com os raios solares que chegam ao nosso planeta.

Em torno de 50% da radiação infravermelho fica retida na atmosfera, enquanto o restante chega até a superfície, aquecendo-a e irradiando calor.

Os gases do efeito estufa funcionam como uma espécie de manta protetora que impede que esse calor seja devolvido para o espaço, absorvendo e o prendendo na atmosfera terrestre.

Esses gases isolam o nosso planeta, absorvendo parte da energia irradiada pela Terra e permitindo temperaturas adequadas para a vida.

São quatro os principais gases causadores do efeito estufa:

  • Dióxido de carbono (CO2)
  • Gás metano (CH4)
  • Óxido nitroso (N20)
  • Hexafluoreto de enxofre (SF6).

O primeiro da lista é justamente o mais abundante, sendo liberado em uma série de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento.

O dióxido de carbono é utilizado como referência para classificar o potencial destrutivo dos outros gases.

Estima-se que a quantidade de CO2 presente na atmosfera aumentou em 35% desde a Revolução Industrial.

O gás metano é produzido principalmente pela decomposição de matéria orgânica e, por isso, encontrado em aterros sanitários, áreas alagadas para reservatório de usinas de energia elétrica e na criação de gado para a pecuária.

O CH4 tem um poder de aquecimento global 21 vezes maior do que o dióxido de carbono.

Ainda, o óxido nitroso vem do tratamento de dejetos de animais, do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis e DE alguns processos industriais.

Sua influência sobre o efeito estufa chega a ser 310 vezes maior em comparação ao CO2.

Por fim, o hexafluoreto de enxofre é utilizado sobretudo como isolante térmico e condutor de calor, sendo o mais perigoso de todos nesta lista.

Seu poder sobre o aquecimento global chega a ser 23.900 vezes maior do que o do dióxido de carbono.

Existem ainda duas famílias de gases mais recentes que vem da atividade humana e também atuam sobre o efeito estufa.

Os hidrofluorcarbonos (HFCs) surgiram como uma alternativa aos clorofluorcarbonos (CFCs), gases utilizados em refrigeradores e aerossóis, mas que foram aposentados por serem uma ameaça à camada de ozônio.

O poder de aquecimento dos HFCs varia entre 140 e 11.700 vezes em comparação ao CO2.

Por último, os perfluorcarbonos (PFCs) vêm de refrigerantes, solventes, espumas e aerossóis da indústria de cosméticos.

Seu potencial sobre o efeito estufa é de 6.500 a 9.200 vezes maior do que o do dióxido de carbono.

Todos os dados podem ser consultados no site do Ministério do Meio Ambiente.

Como podemos evitar o efeito estufa?

O aquecimento global é um problema do mundo todo e, por isso, deve ser tratado como prioridade, sem exceções.

É importante pressionar os chefes de estado e parlamentares para que instituam políticas que possibilitem um desenvolvimento sustentável, capazes de garantir o fomento de uma economia de baixo carbono.

As empresas precisam se adequar à nova realidade enfrentada pelo planeta, e o consumidor deve estar atento para cobrar políticas que tenham como foco a o desenvolvimento sustentável.

Assim, é papel dos governos criar e fiscalizar o uso políticas de desenvolvimento, da mesma forma que é função de cada um cobrar a aplicação dessas políticas por parte do Estado e da iniciativa privada.

Isso, associado ao consumo desenfreado e o desmatamento de importantes biomas, constitui uma fórmula destrutiva que influencia diretamente no aquecimento global.

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O desmatamento da Amazônia é um problema para a agricultura a longo prazo

Como o desmatamento pode intensificar o aquecimento global?

Como vimos, o aquecimento global é um processo com várias causas – e, dentre elas, está o desmatamento.

O impacto da devastação das florestas, sobretudo na Amazônia, já foi alvo de diversos estudos de renomados institutos de pesquisa no Brasil e no mundo.

Também o site oficial do Ministério do Meio Ambiente lista o desmatamento como um dos principais desencadeadores do efeito estufa, fenômeno que está por trás da crise climática.

O primeiro impacto do desmatamento é quase que imediato, já que as árvores absorvem grande parte dos gases causadores do efeito estufa e, assim que cortadas, passam a devolver esses gases para a atmosfera terrestre.

Outra consequência negativa da dizimação das florestas é sobre o que chamamos de “rios voadores”.

A Bacia Amazônica, por exemplo, é responsável por produzir enormes massas de ar carregadas de umidade, as quais, transportadas pelas correntes de vento até as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, funcionam como um regulador das temperaturas.

Apenas uma árvore amazônica com copa de 10 metros (o que é relativamente pequeno, para a região) libera diariamente 300 litros de água na atmosfera por meio do processo de evapotranspiração.

Essa foi uma descoberta do pesquisador Gerard Moss em seu projeto “Rios Voadores”.

E as consequências vão além das fronteiras, pois esse ar úmido influencia nas chuvas de todo o continente: da Bolívia ao Paraguai, passando por Argentina e Uruguai até chegar no extremo-sul do Chile.

Em um país extremamente dependente das chuvas para agricultura e a produção de energia elétrica, como é o Brasil, não poder contar com essas massas de ar traz prejuízos importantes para a economia.

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O aquecimento global é comprovado cientificamente e é necessário tomar medidas para impedir uma série de graves problemas

Consequências do aquecimento global

O aquecimento global tem estado nos holofotes da opinião pública já há alguns anos.

Hoje, suas consequências não são mais uma possibilidade de um futuro distópico, mas uma realidade, comprovada cientificamente, com a qual temos que conviver no dia a dia.

Os efeitos da crise climática podem ser observados no aumento da temperaturas média do planeta, que sobem ano a ano.

Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), principal entidade científica de referência sobre o tema, o último século foi o mais quente registrado na Terra desde o fim do último período glacial.

Criado no contexto da Organização das Nações Unidas (ONU), o IPCC registrou um aumento médio de 0,7ºC no século XX.

O dado original consta em documento de 2007, reproduzido desde então em diversas outras pesquisas

Também prevê uma elevação ainda maior das temperaturas no século XXI, podendo chegar a 4ºC até o fim desse século se nada for feito em escala global.

Ainda que quatro graus possam parecer pouca coisa, o Painel alerta que nunca antes na história da humanidade foi registrado um aquecimento tão grande em tão pouco tempo.

Segundo relatório publicado em outubro de 2018, um aumento de apenas 2ºC na temperatura significaria uma extinção de 99% dos recifes de corais, 16% das plantas e aumento do nível do mar, provocado pelo derretimento das geleiras, de até 0.46 metros até 2100.

Já o documento mais recente, de 2019 (que você pode conferir na íntegra neste link), traz importantes observações e recomendações.

Segundo o IPCC, enfrentar a catástrofe climática exige medidas rápidas e sem precedentes até então, limitando o aquecimento global em 1,5 grau Celsius em relação ao período pré-industrial.

Se essa barreira for superada, há riscos de

  • Incêndios, secas e enchentes mais frequentes, destruindo regiões e levando ao avanço da pobreza no mundo
  • Perda de territórios em razão do aumento no nível do mar, acarretando em refugiados climáticos
  • Avanço nos vetores de doenças tropicais em razão das temperaturas mais altas
  • Prejuízos à agricultura, colocando em risco a segurança alimentar
  • Grave risco a ecossistemas e à biodiversidade.

Em resposta, o IPCC recomenda em seu relatório de 2019 que as emissões humanas de dióxido de carbono precisam cair 45% até 2030 (na comparação com 2010) e zerar até 2050.

Também lista as seguintes ações como necessárias:

  • Alteração radical nas fontes energéticas e no uso da terra
  • Desenvolvimento de tecnologias para remoção de CO2 da atmosfera
  • Transformações nos sistemas produtivos, atingindo cidades e indústrias
  • Modificações radicais no estilo de vida das populações, afetando o consumo, reduzindo o desperdício de alimentos e oferecendo opções de transportes não poluentes.
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Diversos encontros entre países e organizações interessadas trouxeram medidas importantes

O que é o Regime Pós-Paris?

Durante as últimas décadas, diversas conferências sobre o clima resultaram em acordos intergovernamentais com foco na redução dos gases causadores do efeito estufa.

Dentre eles, destacam-se a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças no Clima (UNFCCC), que culminaram com importantes acordos diplomáticos do clima, como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris.

Protocolo de Quioto foi elaborado em 1997, durante a III Conferência das Partes da UNFCCC (COP-3).

Teve como objetivo estabelecer metas concretas de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa.

Contudo, só entrou em vigor oito anos depois, em 16 de fevereiro de 2005.

A demora se deve à previsão de adesão de países que, juntos, contabilizassem pelo menos 55% das emissões em 1990.

Como os Estados Unidos (que respondiam sozinhos por 35% delas) não ratificaram o acordo, praticamente todos os demais tiveram que assinar.

Em 2005, então, com a confirmação da Rússia no acordo, o Protocolo de Quioto, enfim, saiu do papel.

Ele estabeleceu que as emissões totais de gases de efeito estufa deveriam ser reduzidas até uma média de 5,2% abaixo daquelas registradas em 1990, e que isso deveria ocorrer entre os anos de 2008 e 2012.

Já o Acordo de Paris, por sua vez, inaugurou uma nova era nas negociações internacionais do clima durante a sua ratificação, na 21ª Conferência das Partes (COP21) da UNFCCC, em 2016.

Foi aprovado por 195 países, que se comprometeram em manter o aumento médio global abaixo de 2% acima dos níveis pré-industriais, empregando esforços para limitar a 1,5%.

Para alcançar os objetivos do Acordo de Paris, cada governo estabeleceu seus próprios compromissos a partir do que foi chamado de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês).

Por meio delas, foram apresentadas as diretrizes de cada nação para alcançar a meta, adotando índices considerados viáveis a partir do seu próprio cenário social e econômico.

O Regime Pós-Paris traz uma nova luz à maneira como encaramos a exploração do planeta, abordando, pela primeira vez, um modelo de negociação multilateral, chamado bottom-up, que implica todas as partes do processo de transformação.

Os céticos do clima

Quando o assunto é aquecimento global, existem três posições básicas: “o aquecimento global existe e é causado pelo homem”, e, do outro lado, “o aquecimento global existe, mas não é causado pelo homem” e “o aquecimento global não existe”.

O primeiro grupo de negacionistas defende que o aquecimento do planeta é um processo natural, causado pelo aumento das atividades solares, e por um ciclo geológico de aquecimento do planeta.

O segundo grupo nega a existência do aquecimento global como um todo, afirmando que os estudos da área são parte de uma conspiração dos países desenvolvidos para que os subdesenvolvidos não aumentem seu consumo ou melhorem seu padrão de vida.

Ambos os grupos refutam os dados científicos publicados por cientistas no mundo todo e, dessa forma, colocam em xeque a credibilidade de diversos estudos realizados nas últimas décadas.

Contrariam, por exemplo, que mudanças consistentes na temperatura só acontecem por desequilíbrio energético, que é o que acontece justamente com as emissões humanas de gases de efeito estufa, que acabam prendendo na atmosfera parte do calor que deveria sair dela.

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É possível pensar em negócios, ter boas ideias e ter consciência ambiental

Quais são os negócios de baixo carbono?

Em meio a uma crise climática, o empreendedorismo traz como saída os negócios de baixo carbono, como são chamados aqueles setores que apresentam menores intensidade em emissões dos gases causadores do efeito estufa.

Essa abordagem para a gestão se mostrou útil não só para reduzir os impactos ao meio ambiente, como também uma eficaz forma de reduzir os gastos com desperdício.

A transição para uma economia de baixo carbono significa a abertura de todo um novo mercado com oportunidades de negócio.

E eles vão desde consultorias, passando por alternativas de combustível e energia limpa, até a inovação com novas técnicas e tecnologias para uma exploração sustentável.

Conclusão

Não é de hoje que o aquecimento global ocupa espaço nos noticiários, sendo ainda assunto em aulas de ciências e pauta para debates políticos.

Mas o futuro virou presente, e a crise climática é uma realidade consolidada.

Causado pelo efeito estufa, o fenômeno se intensificou após a industrialização, chegando a níveis catastróficos nas últimas décadas.

As consequências já são visíveis e é preciso que as pessoas, governos e empresas façam a sua parte para garantir um mundo habitável para as gerações futuras.

Neste artigo, você conheceu melhor o conceito, suas causas e consequências.

Caso se interesse pelo tema, siga estudando, se capacitando e monitorando as suas ações.

Um próximo passo pode ser conferir este artigo sobre educação ambiental, já que passa por ela encontrar soluções para a crise climática.

Tem alguma sugestão ou dúvida sobre o assunto? Deixe um comentário abaixo ou entre em contato conosco.


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